[Verso 1: Rodrigo Ogi]
Voltando do trabalho irritado, inquieto
Tentando esfriar a mente, pouca gente no trajeto
Feriado na cidade e eu trampando feito moro
Fui toma uma dose pra tirar a zica do coro
No boteco um senhor veio me atender
"Diz, meu garoto, que que você vai querer?"
Uma bem gelada e na sequencia uma Maria
Esperando o drink reparei no que acontecia
Na mesa ao lado um tiozinho pálido e com cara de
Cansado, o cara parecia desolado
Sobre dez garrafas debruçado
Disse que a esposa o havia abandonado
Na outra mesa bem no canto uma balzaquiana
Piscou pra mim matando uma dose de cana
Jogou em minha direção um guardanapo
E disse que comigo ela queria ter um papo
[Refrão: Rodrigo Ogi]
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver
[Verso 2: Rodrigo Ogi]
O senhor trouxe a minha cerva e um cinzeiro abarrotado
De bitucas
Disse que as pontas do cigarro lhe serviam no combate
Contra ratos
Com elas era feito o veneno da arapuca
E a tal donzela que figura
Logo vi que ali tinha uma pele insaciável, cheia de
Ternura
Pois nesse mundo sem doçura
Somente o amor pra consolar as perdas de uma vida
Dura
Me aproximei e logo perguntei seu nome
Ela sorriu com o dente sujo de batom:
"Me chamo Ivone!
Diz, mancebo, que que você tem pra mim?
Te levo pra minha casa e a nossa noite não tem fim"
Eu disse a ela que só estava de passagem
Vou tomar meu drink e seguir minha viagem, mas
Meus hormônios são como demônios
Ela pede outra e agradece a Santo Antônio
[Refrão: Rodrigo Ogi]
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver
[Verso 3: Rodrigo Ogi]
Sentei de frente a ela e dei um gole na bebida
Mole e deprimida ela estava antes
Se encheu de vida toda insinuante
Na jukebox Fábio Junior e Guilherme Arantes
Bem devagar foi que me envolvi
Um brilho em seu olhar a me tentar
Não pude resistir, sem pernas pra fugir
Internamente eu era um vulcão e tava prestes a explodir, mas
Pedi licença, fui até o banheiro
Não era mais solteiro, então tinha que me conter por
Inteiro
Como combater o desespero?
Contra o poder de um santo casamenteiro
Voltei, olhei pra mesa, ela não estava
Pergunto ao senhor onde a donzela se encontrava
"Ela foi embora junto com aquele tio
Você não sorriu pra vida quando ela lhe sorriu"
[Refrão: Rodrigo Ogi]
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver
Por aí vou vagar
Esse espetáculo é a vida e nela eu devo aprender
Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixa eu viver