Não se morre mais, cambada
Dou-lhe uma
Dou-lhe duas
Dou-lhe
Dá-lhe coentro, Janete
Alô, alô serviço de alto-falantes de Irará, Bahia
Diretamente dos estúdios da Gazeta
Eu, Ofício Ewerton, mais Os Versáteis, mais o Paixão, mais o Laçador, mais o Canto Quatro
Enviamos, mandamos amplexos cheios de saudades para Compadre Leonço, Compadre Lé, Melânia Porta-Bandeira, Amélia da Mangabeira e todo o pessoal da pesada
Veja que beleza
Em diversas cores
Veja que beleza
(Isso, compadre)
Em vários sabores
A burrice está na mesa
(Não se morre mais)
Em diversas cores
Veja que beleza
(Seu Tony!)
Em vários sabores
A burrice está na mesa
Veja que beleza
Ensinada nas escolas
Universidades e principalmente
Nas academias de louros e letras
Ela está presente
E já foi com muita honra
Doutorada honoris causa
Não tem preconceito ou ideologia
Anda na esquerda, anda na direita
Não tem hora, não escolhe causa
E nada rejeita
Veja que beleza
(Dá-lhe Cacau!)
Em diversas cores
Veja que beleza
Em vários sabores
(Ah, uh, ah, uh)
A burrice está na mesa
(Vamo lá!)
Em diversas cores
(Ai, uh, uh, ah)
Veja que beleza
(Ai, uh, uh, aih)
Em vários sabores
(Ai, uh, ai, uh)
A burrice está na mesa
(Que foi, que foi, que foi, que foi, que foi, que foi, compadre?)
Veja que beleza
Refinada, poliglota
Ela é transmitida por jornais e rádios
Mas a consagração
Chegou com o advento da televisão
É amiga da beleza
Gente feia não tem direito
Conferindo rimas com fiel constância
Tu trazeis em guarda
Toda concordância
Gramaticadora
Da língua portuguesa
Eterna defensora
Veja que beleza
(Dá-lhe Janelson!)
(Êh, uh)
Em diversas cores
(Êh, uh)
Veja que beleza
Em vários sabores
A burrice está na mesa
Em diversas cores
(Esta humilde contribuição para a sacrossanta história da burrice não lhe propõe feriado comemorativo porque todos os dias ela já é gloriosamente festejada)
Veja que beleza
Em vários sabores
A burrice está na mesa
Veja que beleza
Em diversas cores
(Ôh, uh)
Veja que beleza
(Êh, êh, uh, uh)
Em vários sabores
(Não se morre mais)
A burrice está na mesa
(Dá-lhe!)