A boca anda louca
O nariz é quem diz
O dente é muito valente
Mas a língua é quem xinga
O queixo se queixa
Mas o bigode não pode
A cabeça que padeça
O olho fica de molho
Cabelo criando piolho
Pescoço afinando no osso
A testa detesta
Mas a pestana se abana
Se uma boca de cantor
Já não pode dizer
Que é uma coisa pura
Uma cabeça de poeta
Eternamente que não passa na censura
Se a cabeça é dura
Ela é pura loucura
Encuca e fica maluca
Já da boca dali
Nem saliva se livra da língua
Da vida da vizinha
Vida vida vidazinha