[Verso 1]
És estátuas de pedra a arder...
No fundo com fumo vais ver
Que não és tu que ficas menor, é a lua que está a crescer
As lutas são contra fantasmas, são contra nós próprios
As vidas que guardavas nas salas onde fumavas o ópio
Fogem para longe. há coisas que eu nunca sei ver
Coisas que eu não vou aprender… um homem nada tem a temer!
E o fumo foge - mas eu não. sábios são os lábios que não dão
Beijos nas costas da mão a reis que nos negam o pão
São ilusão...
Ilusão… quantos corpos não o são?
Há escuro entre nós. faz muros entre nós
Eu sei que fumas após dançares com a morte
Tu és onde o tempo não corre
As cidades acabam e um homem se destrói
As lutas são tuas, as quedas são nossas quando levas a noite
Animal e sou cego. nas margens do Tejo
No silêncio dos gestos… eu, tu e o Mondego
Cada vez que o sol cresce
A tua espera é diferente quando fumas cigarros
Tu matas os deuses, levas os barcos, o tempo, o espaço...
Ilusão… quantos corpos não o são?