Refrão:
Rap assim, hoje em dia coisa rara
Poupa latim, frente a quem te encara
Chegou o fim, voltem todos para a vara
Fazemos motim e é aqui que tudo pára
MK Nocivo:
Sou soldado espartano, sabes que treino pela excelência
Bem-vindo ao subterrâneo, onde o rap é consciência
Inalterado mesmo, apesar da evolução estupida
Incapazes de comprometer, a integridade da música
Prefiro morrer de pé, que ter que viver ajoelhado
Num movimento dividido, gritar união é ultrapassado
Ainda há quem o rime, honestamente não desiste
Mas eles só te elogiam, depois de morto, já viste?
Só fingidos moralistas, alpinistas em ascensão
Cada vez mais os reais, estão em vias de extinção
É a guita, a fama, e têm fórmulas pro trama
Falsos ardem na fogueira, Inquisição Hiphopiana
Também quero o mundo mas, sem ter que vender a alma
Eu é que crio o meu futuro, não o lês na minha palma
Rap em linha orientado, o vosso é montanha russa
Nunca irei perder o Norte, mesmo não tendo uma bussola
Fuse:
Falcão de elite em voo, enquanto escrevo pela verdade
A queda é infindável, com tamanha profundidade
Atravessar o reino das sombras é difícil, mas estou pronto
Com o espírito quente e limpo como o céu de Agosto
Viajo ao centro, da tua terra como um verme
Os anjos da tua inquietação, à espera que eu blasfeme
Troquei o fio da minha sanidade, por um cabo de aço
Um coração nunca se perde, quando já nasce esfomeado
Quarenta dias no deserto como Cristo
Em jejum pelos que matam o Hip-Hop e pelos que sabem disso
Não faço rap para acenderem isqueiros, não quero palmas
Faço música para baterem mal, acendo almas
Hip-Hop Lusitano, da vida até às cinzas
Mc’s da lengalenga, encantam-te e tu acreditas
Vejo poetas piratas, com tochas apagadas
Gostam de poesia? Entra no meu salão de armas