Intro lyrics
by REIS
[Letra de "Intro"]
[Verso 1]
Enigmacru já faz um tempo, são 15 anos a andar nisto...
Nós não perdemos o andamento
A coisa nunca deu, mantivemo-nos firmes
Num mundo à parte de orçamentos, mas nunca à parte de princípios
Tudo aquilo que fizemos foi um misto de prazer e sacrifícios
Ouve...
Se quero tocar eu pago a sala, se quero um clip eu pago o vídeo
Se queres um concerto à minha pala
Poupa na chamada e nem brinques comigo
Enquanto há vergonha na cara
Dou-vos na mesma proporção que exijo
Tudo o que é trabalho se paga, investi seis salários p'a ter este disco
Se nos comprometermos, trabalha
Qualquer acordo que eu fiz fui c*mprido
Comida aos meus gatos não falta
Mas tiro do meu prato caso seja preciso
Logo se alguma merda falha, é mais do que lógico eu ficar fodido
Não quero louvores, nem vos peço favores, só respeito no mínimo
'Tou desenquadrado
A vergar o meu corpo porque a verdade
É que quem vive no Porto 'tá habituado
A ter de fazer o dobro p'a ter metade
Se remássemos todos p'o mesmo lado
Era menos provável bater no fundo
Mas foi tanta a distância que eu fiz a nado
Que se me puxarem p'o barco eu já não subo
Já não subo
[Verso 2]
De facto, tudo o que eu faço é tão intenso
Que o microfone no braço é o meu silício
Até que o tempo passe e dê começo
A uma fase onde vá c*mprir o meu desígnio
Se não levasse ao máximo o que escrevo
E andasse só ao acaso isto era frívolo
Se não somasse um passo a mais eu penso
Que o espaço onde eu pertenço ficava tísico
Nem p'a todos isto é nítido
Porque nem p'a todos isto é íntimo
Isto é só p'ros loucos que sobem aos poucos
Porque para os outros isto é cíclico
Fiquem com os louros isso é mínimo, nem p'a todos isto é íntimo
Isto é só p'ros loucos que sobem aos poucos
Porque para os outros isto é cíclico
Sei que me falhaste porque só olhaste p'a isto com base no meu currículo
Tudo o que tu criaste 'tava calculado há anos atrás no meu cubículo
Do que interpretaste de tudo o que escutaste
Nem sequer chegaste ao meu vestíbulo
Não é fanatismo ou traço de egotismo
'Tou a mostrar que existo a todo o ímpio
Mandar abaixo a casa em caso é vício
Ninguém poderá colocar em causa o viço
'Tou a aceitar que nada me pausa o ritmo
Ao matar a fome e a náusea o que falta é isto
'Tou a lidar com o trauma de não ter guito
E por notas só na pauta incauta o risco
É só o que me acalma a alma, mas é nítido
Que não é justo o custo e o benefício
Não abdico de tudo o que tenho escrito
Contudo este é o fim do ciclo
E não admito ter menos que aquilo que me é merecido
Assim sendo apontem-me o que eu vos digo:
"É por amor que eu insisto"
Não quero nada do que podia ser meu
Mas tudo o que já devia ter sido
E é por amor que o exijo